Sempre fico com grandes expectativas ao ministrar o curso de Juniores para professores de EBD. E é sempre uma incognita como será, pois em cada lugar encontro necessidades e situações distintas. A dinâmica nasce da interação entre o grupo e eu. Mesmo tendo, basicamente, uma linha padrão de assunto que procuro seguir não há aula que seja igual a outra.
Pois bem, durante o voo Rio-Goiânia, enquanto pensava nas aulas que daria, veio-me o texto de 1 Corintios à mente. Peguei o netbook e abri o texto bíblico para reler com calma. Transcrevo-o:
1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece,
5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal;
6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará;
9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
12 Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor. (RA)
Pensando neste texto, refleti sobre a minha própria prática pedagógica e sobre a ministração de todos os aspectos das aulas que tenho dado e das que darei. Nós, que ensinamos a preciosa palavra de Deus, temos que atentar para as motivações do nosso coração. Por melhores intenções que eu e você tenhamos em fazer a obra do Senhor de maneira diligente, utilizando os talentos e dons dados por Ele, usando recursos próprios, fazendo tudo com o coração cheio de fé, obedecendo a perfeita vontade de Deus, se não o fizer por amor serei como o bronze que soa (v1), nada serei (v2) ou nada disso me aproveitará (v3).
Então, é pra gente repensar ou não?!
E não para por aí. Além de viver e fazer a obra de Deus por amor, precisamos fazê-la com amor, nas nossas atitudes, no relacionamento que temos com nossos alunos, no nosso testemunho de vida dentro e fora de sala, nas palavras que proferimos, nas conclusões que tiramos, quando planejamos algo e tudo dá errado, quando ninguém nos apoia, quando os nossos problemas querem invadir a sala de aula, quando estamos cansados e desanimados, etc. (v 4-7).
Lembrei-me então de duas outras passagens que também falam de amor:
Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 1 João 4:8
E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. 1 João 4:16
A nossa expressão de amor no ministério com pré-adolescentes é reflexo e extensão do amor que o Senhor tem por nós e que temos por Ele. Se fomos alcançados por Seu amor e o amamos de todo nosso coração, teremos o amor como padrão das nossas atitudes, escolhas e intenções. E o que temos recebido, vamos compartilhar...
Isso me desafia, e espero que a você também, a passar a limpo minhas atitudes, palavras e pensamentos. Com certeza, ao aplicarmos essa verdade em nossa caminhada cristã estaremos desfrutando dos benefícios, em todos os sentidos, de uma maior intimidade e dependência do Senhor Jesus!
Abraços,
Comentários
Enquanto nos entregávamos ao aprendizado da Palavra de Deus no Congresso Mãos e Coração através de v/instrumentalidade. Meu sobrinho Junior foi ao acampamento e foi expulso quando tentou salvar da piscina uma moça de 18 anos (ele tem 11) o orientador foi informado que ele teria beijado a moça e não o escutou nem ele nem a menina pode? só a graça de Jesus mesmo.Meu sobrinho está muito deprimido por isso.
É lamentável saber que ainda há tanta gente despreparada para lidar com adolescentes e jovens, que dirá com pré-adolescentes. Sei bem o que você e sua família estão passando e a dor de seu sobrinho por não ter sido ouvido e ainda ter sido tratado de maneira leviana. Mas diga a ele o que uma vez eu disse a um adolescente, também acusado de algo baseado em "fortes indícios", como foi dito na ocasião: se José passou por isso com a esposa do potifar (Gn 39), permaneceu firme mesmo sendo falsamente acusado, foi envergohado e preso, para depois ser colocado como governador daquela nação, o que eu digo é espere em Deus e você verá o que Ele mesmo fará. Não há mão mais poderosa para nos defender do que a do nosso Deus. Esse é um tempo para seu sobrinho esperimentar dos benefícios de se permanecer fiel a Deus e deixar que o Senhor seja o seu Justo Juíz. Sabe aquele adolescente dos "fortes indícios"? Hoje é um jovem ativo na casa de Deus, fortalecido pelo Espírito Santo, professor de EBD e fazendo parte da liderança de adolescentes. No outro dia me contou que os pré-adolescentes da sua igreja, depois de um retiro, o procuraram e disseram que queriam ser como ele quando fossem jovens. Que esse testenhunho conforte o seu coração e de seu sobrinhos. Vamos orar por ele sim! Abraços, Roberta