Algumas reflexões costumam saltar, para mim, a partir de coisas bem inusitadas. Essa se enquadra nesse caso. Antes de contar qual escolha ruim eu fiz preciso situar o meu leitor para que entenda como isso aconteceu.
Minha filha Rafaela está praticamente de férias e costumamos ver filmes (mamãe/filhinha ou filme de menininha, como ela chama) nessas ocasiões. Ela é craque em escolher filmes alternativos, o que já nos ocasionou boas surpresas, não na maioria das vezes, diga-se de passagem. Mas isso também já virou uma tradição e piada entre nós! Bem, foi assim que começamos essa história: ela selecionou no Netflix um filme chamado "Mamãe: Operação Balada" ("Moms' Night Out"). Quem veria um filme com esse nome? Eu e ela - fato!
A história é de uma mãe super estressada, com três filhos pequenos super levados e um marido bem ocupado. Logo no início descobrimos que o filme era do mesmo diretor de Desafiando Gigantes (Alex Kendrick). A família frequentava a Igreja Batista. Ela e suas amigas resolveram tirar uma noite de folga tranquila para bate-papo e jantar. Os maridos ficariam com os filhos por três horas. Naturalmente, tudo o que pode acontecer de errado, acontece. No fim, ela escreve em seu blog sobre essa experiência. Foi aquela cena que despertou em mim a reflexão: eu fiz uma escolha ruim...
Eu fiz uma escolha ruim...
- quando escolhi minha profissão? Num país no qual o professor é super desvalorizado, abraçar minha vocação de educadora é tido, no mínimo e para muitos, como falta de inteligência.
- quando deixei 10 anos de funcionalismo público para trás? Escolher ficar em casa na primeira infância para educar duas crianças, dar conta de todo o serviço doméstico, levar na escola e nas atividades extras, ser professora particular para ajudá-los nas tarefas, investir tempo e energia para ensinar os caminhos do Senhor, ao invés de sair todos os dias para longe de tudo isso é tido, no mínimo e para muitos, como insano.
- quando resolvi assumir a missão de ser esposa de pastor? Trabalhar junto, estando presente e pegando pesado na igreja e fora dela, sem ser remunerada, e ainda assim sentir uma alegria em servir indescritível é tido, no mínimo e para muitos, como alienação.
- quando abri mão de oportunidades rentáveis para dar prioridade a atividades com menos vantagens financeiras e de pouco vulto, mas com valores não palpáveis? Na nossa sociedade, fora e até dentro da igreja, agir dessa forma é tido, no mínimo e para muitos, como irresponsabilidade.
No meio de tantos questionamentos lembrei-me da serpente no Éden, semeadora de dúvidas. Todas essas sentenças poderiam ter uma resposta afirmativa mas isso seria totalmente...
, pois os nossos valores não são os valores desse século - ou desvalores -, porque sei em quem tenho crido, pois sei que as sementes plantadas frutificam e frutificarão para a glória de Deus, sei que a sabedoria deste mundo é loucura aos olhos de Deus.
Então o meu coração descansa na verdade de saber que Ele é conosco e com nossas escolhas, mesmo que seja tosco, no mínimo e para muitos, pois ser discípulo de Cristo é na maioria das vezes andar na contracultura.
"Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas." 2Co 4.18
Para quem ficou curioso, confira o trailer!
Abraços,
Roberta Leonardo Fonseca
Comentários
O tempo que passamos com eles – os filhos-, se for bem aproveitado, é o melhor investimento e uma herança que ninguém pode roubar!
Abraços, Roberta