A classe de pré-adolescentes é pra lá de especial. A fase da vida em que se encontram nossos alunos traz muitas dúvidas e ansiedades. É uma fase de verdadeiras e visíveis transformações. Em meio a isso, chegamos nós, com um monte de informações a transmitir em apenas algumas horas de aula por domingo. Diante dessa realidade nos deparamos com mútuas frustrações: de um lado a do professor, que não consegue atingir o seu objetivo, e de outro o pré-adolescente, que não vê sentido em nada disso. Esse é o nosso grande desafio! Nessa hora precisamos acionar o freio de mão e parar para avaliar e refazer nossa rota. Pois é isso que proponho nesse primeiro post, fazer uma pausa para reflexão do rumo que tem tomado nossas aulas de EBD.
Um texto que costumava usar no Curso de formação de professores de EBD, e que nos provoca a refletir sobre o nosso papel em sala de aula, é o que se segue abaixo:
"Pai, me ajuda a olhar! "
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar!”
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar!”
Eduardo Galeano, in “O livro dos abraços”
Isso já é um bom começo.
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